Olá pessoal, gostaria de compartilhar com todos vocês um pouco de como é trabalhar como modelista em uma confecção ou para um cliente específico.
A primeira informação que gosto de obter do cliente, é se ele tem um desenho ou uma idéia de como será seu modelo, sua coleção. Provavelmente, o cliente já fez sua pesquisa baseada no segmento em que ele trabalha e com algumas informações, já será possível trabalharmos.
No caso de uma fábrica nova, um cliente novo, o início desse projeto deve vir mais detalhado, por exemplo, com uma fichas técnica, ou uma foto bem visível do modelo.
Uma coleção bem planejada colabora para que tenhamos um visão geral do estilo que o cliente quer propor. E abro um parênteses para dizer que nem sempre isso acontece, mas isso é uma questão a parte...rs
Uma coleção bem planejada colabora para que tenhamos um visão geral do estilo que o cliente quer propor. E abro um parênteses para dizer que nem sempre isso acontece, mas isso é uma questão a parte...rs
Na ficha técnica, deverá vir detalhado os tipos de acabamentos, tecidos e aviamentos que serão utilizados. Tudo isso ajuda a agilizar o trabalho, assim podemos produzir mais... porém, caso o cliente ou o estilista não tenha tudo detalhado ou resolvido, cabe a mim, como modelista, utilizar minha técnica e experiência para sugerir e discutir os detalhes e possibilidades desse projeto, tornando viável a concepção.
No próximo passo, o que já devo ter em mãos, são as medidas utilizadas para a prova. Isso, posso obter através de uma modelo de prova, tabela de medidas utilizadas pelo cliente, ou medida da própria pessoa, caso seja sob-medida.
Esta base será exclusiva para esta loja ou esse cliente.
A partir da base e de todas as técnicas da modelagem plana, será possivel fazer diversos modelos para esse mesmo cliente.
Outro passo importante, será ter uma amostra do tecido utilizado. Tendo bons conhecimentos em costura e comportamento/caimento dos tecidos, posso fazer a modelagem já imaginando o resultado.
Imaginar o resultado... bem... é algo só pode vir através experiência que vamos adquirindo com a prática da modelagem e da costura.
O aviamento que será aplicado também influencia nos acabamentos a serem realizados, portanto devemos ter em mãos uma amostra.
Na interpretação da base, gosto de seguir um roteiro de leitura do modelo, por exemplo: comprimento, folgas à aplicar, recortes e transferências de pences, localização de bolsos, desenho de decote e cava, e transpasse para abotoamento, caso exista. Outros detalhes como, babados, pregas, e franzidos, entram logo em seguida e por último, farei a gola e a manga a partir das medidas encontradas.
"Cada peça tem sua manga", já dizia minha professora da facul, a Zê! E ela tem razão. Não adianta querer aproveitar uma manga que já existe e querer encaixar no modelo pra ganhar tempo que não dá certo!
Lembrando que, durante todo esse processo, devemos ir pensando, planejando em como essa peça será costurada. Caso exista algum acabamento diferente, isso já deve ser combinado com a piloteira, para que depois a peça não seja montada de uma forma diferente do que nós modelistas havíamos pensado ou conforme o estilista havia solicitado. Percebe como a integração dos profissionais é essencial? Assim ninguém perde tempo e todo mundo trabalha satisfeito vendo o resultado do trabalho!
Ajustes e detalhes que mudam no modelo é bastante comum e em alguns casos, as empresas preferem fazer um teste em um tecido inferior, porém próximo do original para evitar desperdícios. Modelagem não é forma de bolo, mas seguindo esse roteiro eu consigo chegar bem perto do que meu cliente imaginou, havendo ajustes mínimos.
Realmente a modelagem, seja ela plana ou por moulage, é uma arte. E quanto mais aprofundarmos nossos conhecimentos, mais iremos ter o prazer de encher os olhos do cliente!
